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domingo, 30 de junho de 2013

Inspirações IV

      Está talvez seja a minha fonte de inspiração que se apresente de forma mais singela. Uma música simples, com uma letra direta que transmite em poucas palavras o ideal defendido por este Blog.
      

    Por ser uma banda hippie, Ventania (nome da banda e também o apelido do compositor/vocalista/violeiro) pode não ser bem aceita por muitas pessoas, devido a sua filosofia de vida livre e consumo de substâncias alucinógenas, no entanto, para o propósito ao qual quero usar uma de suas canções esse fator não tem relevância alguma, pra quem não gostar do estilo, sugiro que atenha-se apenas ao mensagem transmitida na letra.

Ventania
       Esse poeta maluco, expressa a vontade que temos de deixar os problemas e as dificuldades de se viver nessas cidades tumultuadas, de uma sociedade cheia de regras tolas, desse mundo cinza que acaba nos deprimindo e desanimando. E assim ele fez, ainda bem jovem caiu na estrada, pedindo carona, fazendo e vendendo seus artesanatos, e tocando suas composições nas rodas de malucos. Embora hoje  Ventania admite estar instalado em apenas uma cidade, não deixou sua filosofia de vida simples de lado.

      Ventania não fugiu pro matagal literalmente, mas ele conseguiu transmitir a mensagem de como poderia ser a vida no mato, livre, simples e descomprometida. Fazer seu pãozinho de manhã, tomar uma chimarrão, tocar violão, curtir a natureza, ou seja, simplesmente viver. Sempre me questiono, será que realmente precisamos mais do que isso? 

     Se tivéssemos apenas o dever de cumprir com nosso trabalho de subsistência, e abandonar a ideia de que devemos ter acumular bens materiais e capital, talvez a vida não nos pareceria assim tão dura e complicada. Como disse o próprio Ventania em entrevista ao Jô Soares "Quando vi estava preso num pé de alface!". E realmente o que nos deixa presos a essa vida, são coisas tão insignificantes, é fácil deixá-las pra trás, mas mesmo assim não conseguimos. Quantas vezes já me vi com uma mochila nas costas, meu violão na mão, caminhando numa estrada com destino incerto. Nos falta coragem? Onde está o nosso espírito aventureiro?

Ventania - Marasmo

Vou fugir desse marasmo
Vou sair da capital
Vou fugir desse marasmo,
Vou morar no matagal.
No mato a gente anda descalço
E pode tomar banho nu
No mato a gente anda descalço
E pode tomar banho nu
E de manha fazer chapati
E a tarde eu tomo um chimarrão
Se a noite eu faço uma fogueira
Vou tocar meu violão.

E vai rolar o som, vai rolar o som.
E vai rolar um bom
E vai rolar o som, vai rolar o som
E vai rolar um bom.

Eu já fugi desse marasmo
Já sai da capital
Já fugi desse marasmo
Vim morar no matagal
No mato a gente anda descalço
E pode tomar banho nu
No mato a gente anda descalço
E pode tomar banho nu
E de manha fazer chapati
E a tarde eu tomo um chimarrão
Se a noite eu faço uma fogueira
Vou tocar meu violão.

E vai rolar o som, vai rolar o som.
E vai rolar um bom
E vai rolar o som, vai rolar o som
Até o dia clarear

      


       Essa é uma outra versão da canção do Ventania, aparentemente um outro artista independente resolveu criar sua própria versão, com outra roupagem, a música ficou igualmente excelente. Ela está disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=_YkX9tEuNfU


quarta-feira, 26 de junho de 2013

Meu Blog É Neutro Em CO2

     O Dr. Alexander Wissner-Gross, da Universidade de Harvard, descobriu em um de seus estudos que um internauta  produz cerca de 0,02 gramas de CO2 para cada página que visualiza.
    
    O portal Guiato em parceria com o Programa Plante Uma Árvore do Instituto Brasileiro de Florestas criou o selo Meu Blog É Neutro Em CO2, com o objetivo de neutralizar as emissões de CO2 geradas pelo acesso a páginas de internet. Com isso eles pretendem plantar uma árvore de espécie nativa para cada Blog que divulgar o selo e assim criar uma pequena floresta. Veja mais em Gesto Verde, e conheça, também, outras ações que fazem parte da politica da empresa para ser ecologicamente correta.


     Segundo informações do site Gesto Verde um blog que recebe mais de 15000 visitas mensais provoca a emissão de 3,6kg de CO2 por ano, meu Blog ainda está muito longe desse total de visitantes, mas mesmo assim resolvi divulgar o selo, independente de conseguir que eles plantem uma árvore para ele. Poder divulgar as boas intenções relacionadas ao Meio Ambiente é um dos objetivos deste Blog e, sendo assim, não poderia deixar de divulgar esse projeto.

     Se você possui um Blog ou outro site ajude a divulgar esse projeto, além de não lhe custar nada, estará usufruindo dos benefícios gerados pelo programa. Insira o selo, faça o seu Gesto Verde!

    
     
      

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Vivendo sem CEP

      Olá! Hoje vou falar sobre um dos estilos de vida que está ligado ao ideal de Fugir Para O Mato, que primeiramente tem como objetivo de fixar-se em algum lugar isolado em uma floresta ou similar, e em segundo plano -  mas isso sem priorizar nem um deles - está a ideia de vida sem um endereço fixo, viver pelo mundo todo, explorando, conhecendo. Quando estava planejando escrever sobre isso, eis que cai na telinha do meu PC um artigo publicado em um Blog muito interessante, o Hypeness, falando sobre uma família que vive em uma Kombi, então resolvi adiantar um pouco a postagem.

        Resumindo a história, e sugiro que leiam ela no Hypeness, o filho do casal fez um pedido de aniversário para que eles pudessem ficar mais tempo juntos,  então, Jason Rehm e sua esposa, já cansados do estilo de vida americano, que inclui consumismo, muitas horas de trabalho, e pouco tempo de lazer, resolveram alugar sua casa, vender e/ou doar a maioria de seus pertences, compraram uma Kombi e caíram na estrada.


    A interessante história deles, revela que os motivos que os levaram a adotar essa atitude são, basicamente, os mesmo que citei no post Mas fugir do que?. Também eles estão tentando fugir do caos moderno, embora de uma maneira um pouco diferente do conceitual de viver na estrada, uma vez que o Jason mantém um vínculo empregatício com flexibilidade para trabalhar em qualquer lugar que esteja.

      Viver sem rumo definido, porém com a cabeça no lugar, eles não estão perdidos no mundo como podem pensar algumas pessoas, eles simplesmente não planejam a longo prazo, e esse é o espirito aventureiro que estou tentando aperfeiçoar, deixar a comodidade de lado, desprender-se do lugar. Pense no  quanto é interessante acordar numa certa manhã e dizer "Hoje vamos pro sul!" e seguir rumo a alguma cidade diferente, ficar lá por um tempo, conhece-la e depois partir para outro canto.     


        Viajar dessa forma é até uma atitude mais comum de se ver, porem na maioria das vezes, ela é apenas temporária, onde as pessoas acabam regressando para um local fixo, um endereço oficial, e mantém uma comum as de outras pessoas, como comentado por Jason quando se refere a esperar a aposentadoria para viajar. Seria como um espirito semi-aventureiro, também admirável, pois essas pessoas estão buscando conhecer o que o mundo tem para oferecer.
       
     Para se viver como rubber tramps (que seriam os "vagabundos" motorizados, conforme descrito no livro Into The Wild) será necessário preocupar-se com recursos financeiros necessários para gasolina, manutenção, pedágios, etc. Essa é sempre a parte questionada "Como vai conseguir se manter?", bem essa vida não é pra quem procura luxo e conforto material, é pra quem quer paz de espírito e liberdade, e para isso é necessário viver com mínimo possível.

 
      Pode ser dizer que há três maneiras de se conseguir isso, você pode ser um cara com uma conta gorda no banco para torrar - ferindo todo o ideal - pode, também, ter a sorte de conseguir um emprego como o de Jason que pode ser realizado a distância e em qualquer lugar que esteja, ou o mais comum, os empregos temporários, como pode ser visto no filme Na Natureza Selvagem, a cada parada pode-se realizar serviços e receber uma graninha pra seguir por mais alguns quilômetros.

      Essa realmente é uma maneira muito divertida de conhecer o mundo todo, com um cantinho móvel aconchegante, uma pouco apertado, porém bem equipado, e com o melhor dos combustíveis, a sede por aventuras.
   

domingo, 23 de junho de 2013

Áreas Ecológicas Urbanas

      Mesmo no ambiente urbano temos a oportunidade de encontrar espaços destinados ao lazer junto a natureza, como é o caso das praças, parques, zoológicos, jardins botânicos, lagos entre outros.

       Embora presentes de forma expressiva, em algumas cidades, esses locais nem sempre são utilizados em seu máximo potencial, sendo até mesmo desprezados por boa parte dos habitantes locais. Uma situação realmente lamentável, que acarreta a desvalorização do local, tornando-os, muitas vezes, áreas de desinteresse público. Mas o que acontece com esses locais que deveriam, naturalmente, atrair as pessoas para desfrutá-los?
Lago Municipal de Cascavel                              Foto: Joeci Ricardo Godoi

        É possível observar algumas situações que contribuem para esse abandono, e que, como em qualquer local de acesso público, os responsáveis por criar tais situações englobam toda a comunidade. As autoridades responsáveis pela administração desses espaços tem sua parcela de culpa, os frequentadores bem intencionados e os mal intencionados também possuem sua parcela de culpa.

      Em alguns casos a presença reduzida e com pouca frequência de pessoas no local, incentivam a presença de indivíduos mal intencionados no local, e esses por sua vez acabam inibindo a utilização do espaço pelos frequentadores usuais. Esse é o caso de praças, por exemplo, que são utilizadas por traficantes, prostitutas, entre outros indivíduos que atuam a margem da lei. Aqui podemos perceber a influência de fatores distintos contribuindo para a situação degradante, primeiramente a falta de proteção por parte das autoridades gestoras, e em segundo pela descaso da população em frequentar o local e denunciar as irregularidades.

     Os gestores são também negligentes quanto a manutenção dos ambientes, ao passo que os frequentadores pecam ao não zelarem pelo local que frequentam. Em apenas alguns metros de caminha no Lago Municipal de minha cidade, pude registrar vários indícios do descaso das pessoas para com esses locais, como os representados nas imagens ao lado, a mente "criativa" de certas pessoas inconsequentes, transformam as plantas em lixeiras naturais, sem contar a grande quantidade lixo que vem carreado pelas águas vindas das vias públicas e vão acumulando-se nas margens do lago, principalmente em épocas chuvosas como esta. O problema do lixo não é apenas estético, ele atrapalha, e muito, a vida animal, contamina a água e é, também, prejudicial as pessoas que frequentam o ambiente. Entretanto esse ainda é um bom local para se visitar, está bem conservado, salvo alguns pontos que precisam ser melhorados, mas que para isso é necessário que a população cobre dos gestores, e mostrem a eles que o local está sendo utilizado, merecendo, assim, investimentos.
Parque Ecológico Paulo Gorski                Foto: Joeci R. Godoi

Parque Ecológico Paulo Gorski               Foto: Joeci R. Godoi
      Não há duvidas que ninguém quer frequentar um local marginalizado, mas somos em partes culpados por isso, quando deixamos de frequentar tal local antes que ele fosse tomado pelas atividades ilícitas, uma vez os mal elementos dificilmente se instalariam em um ambiente fortemente frequentado pelas pessoas de bem, diferentemente de um local mal cuidado e desprezado pela população em geral. Não podemos deixar que esses locais fiquem fora do planejamento urbano, e cabe a nós, enquanto cidadãos, fazermos a nossa parte.
   

      Agora vocês podem fazer uma reflexão sobre as áreas de lazer ecológico que existem em suas cidades, e identificar quais os problemas que eles apresentam que os tem feitos ser deixados de lado na hora de fazer seus programas de lazer, e assim verificar se talvez um simples aumento do público frequentador não poderia estar gerando um efeito cascata para que estes locais se tornem novamente adequados para a visitação.

       Voltarei em breve trazendo apenas pontos positivos a respeito das áreas urbanas que ainda mantem um pouco do verde natural que lá existiu.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Consumir Para Existir II - Amparo

      Hoje encontrei dois artigos abordando o assunto da postagem anterior, e vou utilizá-los para reforçar a minha opinião sobre o consumismo.
Clique na imagem para fazer download da cartilha.
    O primeiro é interessantíssimo, pois demonstra o quão elevado está o problema do consumismo, a ponto de estar atingindo até mesmo as crianças. O artigo informa o lançamento que ocorreu na semana passada - Semana Do Meio Ambiente - de uma cartilha elaborada pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) com colaboração do Instituto Alana, e faz parte da série Cadernos de Consumo Sustentável.

    A cartilha "Consumismo infantil: na contramão da sustentabilidade" traz dicas a pais e professores para auxiliá-los na educação das crianças, direcionando-as ao consumo sustentável. O material apresenta ainda, dados sobre como as crianças estão sendo prejudicadas pelo apelo insistente e massivo das propagandas, que as induzem ao consumo desnecessário de inúmeros itens. É destaque no artigo publicado no site O Eco o problema da obesidade que está ligado a má influência midiática sobre nossas crianças, destaca-se também o fato de o Brasil apresentar uma das maiores médias mundiais de horas de crianças em frente as telinhas. O MMA disponibiliza a cartilha em formato PDF gratuitamente em seu site, uma boa sugestão para os pais e professores.

       O vídeo abaixo é um trecho do documentário "Criança, A Alma do Negócio, elaborado pelo Instituto Alana, e o título já é auto explicativo, confiram também a versão completa do documentário em: http://www.youtube.com/watch?v=ur9lIf4RaZ4

               
        O segundo artigo traz em seu título a frase "A Evolução Egoísta", que praticamente revela a fonte do problema do consumismo e da insustentabilidade da humanidade. Neste artigo o autor apresenta os problemas decorrentes do estilo de vida que os seres humanos adotaram sem saber que assim estariam direcionando a sua existência a um abismo, em direção a uma situação caótica e individualista, onde apenas uma minoria é beneficiada enquanto o restante das humanoides não percebem que estão sendo usados para isso.
   
         Corroborando com a opinião do autor deste artigo, creio que para que possamos equilibrar a nossa sociedade precisaremos mudar muito a nossa forma de ver o mundo ao nosso redor, e que só seremos bem sucedidos nessa tarefa se pensarmos na coletividade, deixando de lado os interesses pessoais. Mas não pretendo explanar muito sobre esse assunto agora, deixo isso a cargo dos autores desses artigos, não deixem de ler.

         Compreendam melhor esses artigos lendo-os na integra:
        
     
      Para finalizar gostaria que analisassem bem a frase que segue, extraída do segundo artigo:
“Não foi a luta pela sobrevivência dos mais fortes que garantiu a persistência da vida e dos indivíduos até os dias de hoje, mas a cooperação e a coexistência entre eles.”
 Leonard Boff
    


  


      

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Consumir Para Existir!

      Mais uma vez mencionarei o filme Na Natureza Selvagem como base para expor meus pensamentos, afinal, nessa cena em particular, o pequeno discurso proferido por Chris MacCandless foi tão compatível com minhas ideias que cheguei a comentar com a pessoa que me indicou o filme que até mesmo parecia ser eu mesmo quem estava falando.  E essa ideia está, também, intimamente ligada a filosofia e a tese  defendida por Thoreau.

     O trecho do filme a que me refiro aparece logo na introdução, e é através dele que é apresentado pela primeira vez um dos motivos que levou Chris a abandonar a vida em sociedade, o excesso material. Na cena ele discute com seus pais que lhe oferecem de presente um carro novo, no entanto ele recusa. Afinal o jovem já tinha um veículo e não precisava trocá-lo por um novo, não precisava de um carro chique, para  ser bem visto aos olhos da sociedade, para que sua família não se envergonhasse dele diante dos vizinhos, o que os outros pensavam ao vê-lo com um carro velho de nada lhe importava.


     Isso levanta a questão chave: Porque comprarmos aquilo que não necessitamos? Os costumes sociais atuais impõem certos critérios para que possamos nos integrar a sociedade, como se somente assim poderíamos ser felizes. Ao meu ver isso é um grande mal, e também disso quero fugir. Não precisamos viver assim.

      A questão não é ter o não ter dinheiro pra gastar, pois esse estilo de vida deixou de ser apenas a atividade de lazer das classes economicamente superiores. O desejo de viver de maneira simples não está vinculado ao saldo bancário, mas sim essência de cada um de nós. A situação atual até parece uma competição para mostrar quem pode consumir mais, independentemente das consequências, muitos até se privam de elementos básicos para investirem em coisas que irão inflar seus egos perante uma sociedade falsamente bem sucedida, que está vivendo numa realidade chamada Sonho Médio (por Dead Fish). Aos poucos estamos substituindo o 'ser' pelo 'ter', e me assusta pensar onde isso vai levar a humanidade, pois a ideologia seguida agora é de que precisamos consumir para existir.

      A cena do filme representa algo muito típico para nós, falarei então sobre automóveis como exemplo. Vivenciamos corriqueiramente as pessoas ao nosso redor trocando seus carros semi-novos por carros novos, mas para que? Nas ruas vemos carros com 10, 15 até 20 anos de uso, rodando perfeitamente, então porque seu veículo com dois anos de uso precisa ser trocado? Ah sim! Seu colega de trabalho também trocou o dele, e o do seu vizinho é o ultimo lançamento do ano. Bem, se isso realmente o deixa feliz vá em frente! Apenas me parece que a vida dessas pessoas se torna tão vazias  ao ponto de que apenas gastando dinheiro, para equiparar-se aos outros, é que podem sentir-se bem. Pensem em todo o resto que compramos sem termos a real necessidade, isso é desperdício, é no mínimo imprudente.


      Porque substituir aquilo que ainda é útil, e assim será por um longo tempo. Além disso me parecer algo fútil demais, é ainda uma fonte de diversos outros problemas, como aumento de frota de veículos incompatíveis os sistemas urbanos atuais, aumento de resíduos, afinal onde estocar os milhares de veículos em desuso, existem também problemas econômicos, modificam-se taxas de juros, impostos, subsídios, entre outros para incentivar o consumo, apenas para gerar uma falsa imagem de bom desenvolvimento econômico,  pois ao meu ver o sistema econômico todo é um jogo em que poucos participam e que se beneficiam ainda menos.


     Se estou certo ou não, não sei dizer! Tudo o que sei é que nunca precisei adotar tais atitudes para ser bem visto em algum lugar, e sei que meus calçados velhos podem me levar ao mesmo destino aonde vão os pés envoltos em calçados novinhos, que provavelmente irão ser usados por poucos meses e serão substituídos por modelos novos sem terem vividos nenhuma aventura! Nem tampouco precisei adquirir um bem material, daqueles cuja utilidade é duvidável, para ser feliz. É como Supertramp diz "São só coisas". Pensem nisso! Do que mesmo precisam para serem felizes?

     Falar sobre consumismo é sempre algo muito polêmico, que alimenta boas discussões, principalmente porque boa parte das pessoas costumam levar tudo ao extremo e se esquecem de manter a ideia num patamar mais realista. É claro que se levarmos em consideração pessoas como Christopher que abriu mão de tudo para aventurar-se na natureza,  isso parecerá  exagerado, embora no meu ponto de vista nem tanto exagerado. Não creio que, tanto Chris como Thoreau, tenham realizado esses feitos almejando que todas as pessoas do mundo seguissem seus passos e fizessem como eles, mas sim para demonstrar-lhes que é possível viver sem os exageros impostos pela civilização moderna.

     O Fugir Para O Mato representa, também, uma questão de mudança comportamental, não apenas a ideia real de ir viver na natureza de forma selvagem, e embora realmente essa vontade esteja presente em meu ser, quero que considerem apenas a filosofia de viver de uma maneira mais simples, desapegar-se do excesso material que tanto tem consumido nossa sociedade e a própria natureza, afinal a nossa felicidade não deve ser apenas sustentada por objetos, posses, coisas, há muito mais que isso na nossa vida. Viva simples, viva livre de apegos materiais, descubra novas fontes de alegria.
       

sábado, 8 de junho de 2013

Inspirações III

     Essa é para aquelas pessoas que já tiveram, e ainda tem, aquele sonho antissocial de viver isolado de todo mundo. E que lugar melhor para isso do que uma pequena ilha?

     Já faz algum tempo que foi divulgado esse feito na mídia, então é provável que muitos já conheçam a história de Richart Sowa (Rishi), um britânico digno de admiração pela sua determinação em tornar seu sonha realidade, o pioneiro da construção de ilhas com garrafas P.E.T.

      A força destruidora do furacão Emily, em 2005, destruiu a primeira ilha construída por Rishi em 1997 na marina de Puerto Aventuras - México, e batizada de Espiral (Spiral Island), mas isso não o desanimou, e sua nova ilha, a reconstrução da anterior conhecida como Spiral Island II, mas batizada de Joysxee Island pelo seu criador. Ao contrário da primeira, está não foi construída no mar aberto, como precaução para evitar que ela sofresse o mesmo destino da outro, Richart a construiu na Laguna Makash em Isla Mujeres, próximo a Cancun.

     A primeira ilha havia sido construída sobre uma base de 250 mil garrafas PET, envolvidas em sacas e redes e amarradas fortemente a paletes de madeira e a uma estrutura de bambu, sobre a qual uma grande quantidade de areia foi disposta, formando o chão para toda a estrutura restante. E o mais interessante é que as garrafas e boa parte da madeira e do bambu utilizados constituíam anteriormente o lixo encontrado nas praias da região, o que ele fez foi reaproveitar todo esse material. A base da ilha torna-se reforçada naturalmente com o crescimento de algas e corais, e também com o enraizamento das demais plantas da ilha.

     Um dos objetivos de Sowa é viver de forma autossustentável, e ao que tudo indica ele está conseguindo. A sua ilha possui uma casa, forno solar, sistema de compostagem, um pequeno manguezal que auxilia na manutenção da temperatura, cultiva algumas plantas como banana, coco, espinafre e tomate, possui sistema para captação de água da chuva, painéis solares, e criação de patos, entre outras estruturas que a tornam confortavelmente habitável. Hoje a ilha pode ser visitada por turistas, que abordo da ilha recebem instruções sobre reciclagem, meio ambiente e sustentabilidade, e com o auxilio de voluntários a ilha continua em continuo desenvolvimento.

     Mas isso, que parece ser um ato de antissocialismo, para querer se afastar do mundo, na verdade tem um sentido mais profundo. Rishi comenta que gostaria de transformar seu projeto em uma Ilha de Ensino, e viajar pelo mundo para ensinar as pessoas sobre a importância da reciclagem e da sustentabilidade.

    Ideia genial não é?! É sem dúvida um belo exemplo, que já está servindo de inspiração para diversos projetos ecológicos pelo mundo todo, como este projeto do ambientalista brasileiro Rulian Holanda, que tem uma meta um pouco extravagante, porém compreensível, de construir uma ilha em cada um dos municípios brasileiros. O trabalho de Rulian já começou em Manaus, onde ele pretende divulgar e contar com a colaboração de escolas, igrejas e outras instituições para conseguir recolher as garrafas necessárias.


     A Eco-ilha, ilha-lixão, ou eco-barco - outros nomes utilizados à Joysxee - é sem dúvida uma excelente ferramenta ambiental, além de ser um paraíso particular, onde muitos gostariam de viver. Sowa afirma que os seguintes problemas podem ser resolvidos com ilhas como a dele:
  • O grande problema do lixo mundial, pois uma boa parte do lixo poderia ser reaproveitado;
  • Desmatamento, pois teríamos mais locais para se plantar;
  • Superpopulação e expansão urbana, várias ilhas dessas espalhadas pelo mundo diminuiria o inchaço urbano;
  • Redução do aquecimento global, promovido pelo incremento de novas áreas arborizadas;
  • Poluição das águas, através das plantas de manguezais que promovem a filtração de água;
  • Acompanhariam a elevação dos oceanos.

      O vídeo abaixo mostra um pouca mais sobre a ilha, embora algumas informações parecem ser um pouco exageradas, coisas da mídia, é possível ver alguns detalhes importantes sobre a ilha ecológica. Mais imagens com bastante detalhes estão disponíveis no Flickr de Rishi.


     A brilhante ideia de Sowa de construir um paraíso particular, e com isso retirar das costas caribenhas uma enorme quantidade de lixo reciclável, para viver de maneira autossustentável e não agressiva ao meio ambiente, é mais um exemplo de que temos soluções simples para grandes problemas socioambientais, basta que as pessoas certas tomem as iniciativas corretas.

       Muitas dessas pessoas com boas iniciativos são vistas como malucos sonhadores, mas como já dizia John Lennon "Você pode dizer que eu sou um sonhador, mas eu não sou o único". Tenho certeza que muitas pessoas ao redor do mundo compartilham esses nossos ideais, e quem sabe poderemos abrir olhos das pessoas, para nos tornarmos cada vez mais numerosos, e modificar um pouco esse sistema convencional de se viver.