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sábado, 28 de setembro de 2013

Relaxar

   Todos concordam que precisamos descansar em algum momento de nossas vidas, no entanto, a humanidade segue um estilo de vida que pouco nos permite parar para descansar.

   Recentemente, lendo um trecho do livro "Paz A Cada Passo" de Thich Nhat Hanh, parei para pensar em como isso se encaixa perfeitamente no estilo de vida moderno. Reflitam sobre esse pequeno parágrafo:

Thich Nhat Hanh - Monge Budista

"Muitas vezes dizemos a nós mesmos, “Não fique só aí sentado, faça alguma coisa!” Quando praticamos a plena consciência, porém, descobrimos algo inusitado. Descobrimos que o contrário pode ser ainda mais valioso: “Não fique aí fazendo alguma coisa. Sente-se!” Precisamos aprender a parar de vez em quando a fim de ver com nitidez. A princípio, “parar” pode parecer uma “resistência” à vida moderna, mas não se trata disso. “Parar” não é só uma reação; é um estilo de vida. A sobrevivência da humanidade depende de nossa capacidade de desacelerar. Temos mais de 50.000 bombas atômicas, e mesmo assim não conseguimos parar de fabricar mais. “Parar” não significa um basta ao que é negativo, mas também permitir que se realize uma cura positiva. É esse o propósito da nossa prática — não evitar a vida, mas experimentar e comprovar que a felicidade é possível agora e também no futuro." Thich Nhat Hanh - Paz A Cada Passo

   Podemos considerar raros os casos de pessoas que não vivem sobrecarregadas de afazeres, não lhes restando muito tempo para descansar e relaxar, algumas já não creem que seja possível parar ou mesmo reduzir esse ritmo agitado em que vivem, e isso, normalmente, propicia alguns males ao indivíduo.

   O stress, considerado o mal do século, resulta desse estilo de vida frenético que cada vez menos leva em consideração o bem estar do ser humano, e os transformas em seres irritados que se preocupam mais em obter bens do que sentir-se bens. 

   
  
  Alguns agem como se não pudessem parar nem por um segundo, é comum vermos isso no trânsito por exemplo, experimente ficar mais de um segundo parado quando o semáforo muda para o verde, algum estressadinho vai buzinar, como se ele estivesse perdendo a vida toda naquele segundo. Faz sentido agirmos dessa maneira? 

 O tempo minuciosamente pré-programado limita as escolhas, e assim, até mesmo as atividades de lazer acabam sendo agendadas, com tempo e local marcados previamente, e tudo isso para não se perder tempo. Mas será que não é dessa forma que estamos perdendo nosso tempo? Desperdiçando-o com compromissos sistemáticos?


   A busca incessante pelo sucesso e pela conquista dos sonhos pode tornar-se um pesadelo cheio de frustrações se não pararmos para apreciar o que está no caminho que nos leva ao nosso objetivo, e essa maneira de viver em velocidade máxima está nos privando de observar as maravilhas que estão ao nosso redor. Descansar não é sinônimo de preguiça, mas sim de autopreservação. 
    Se quisermos seguir fortes em nossos objetivos devemos reservar alguns momentos para limparmos nossas mentes, aliviar toda tensão que a vida moderna nos propicia.

   Como Thich Nhat explica, não devemos desistir de nossos sonhos e objetivos, mas não podemos desprezar toda uma vida que ocorre ao nosso lado, para obter aquilo que desejamos no futuro, ou seja, não podemos esperar para sermos felizes, temos que sê-lo agora, aproveitar cada momento, afinal, a vida deve acontecer agora e não ser programada para mais além.

sábado, 14 de setembro de 2013

Em Busca De Um Sentido

       Encerrada a leitura do livro Na Natureza Selvagem, sinto-me apto a fazer alguns comentários sobre a experiência marcante, e sobre ele mesmo, o aventureiro Christopher Johnson McCandless (Alexander Supertramp).

  Um dos aspectos mais interessantes do ser humano é a sua capacidade de interpretar os fatos a sua maneira e assim desenvolver suas próprias conclusões, suas teorias, embora nem sempre de forma sensata e tampouco correta, mas que quando bem explanadas, essas ideias podem alimentar boas discussões em busca da explicação mais plausível.


  Após o corpo de Chris ser encontrado pelos caçadores inciou-se uma grande especulação sobre o ocorrido, e nessas horas o que não faltam são opiniões das mais diferentes formas possíveis, algumas bem embasadas, outras quase nada, algumas puramente emocionais e outras baseadas nos conhecimentos de quem realmente entende o objeto em questão.

     O fato de Alex ter deixado sua família, da forma que o fez, mantendo-se incomunicável, é visto por uma grande parcela das pessoas como um ato egoísta de rebeldia sem sentido, no entanto se analisarmos o propósito da odisseia que ele criou, e a maneira como seus pais agiram diante da situação, fica claro que ele não teria outra forma de seguir em frente, não fosse desaparecendo sem deixar rastros.



     Dizem os matutos mais experientes que Supertramp não estava, de forma alguma, preparado para encarar um aventura tão perigosa. De fato ele não estava, nas de uma certa forma porém, estava certo do que queria. É obvio que teria sido mais fácil se tivesse ele todos os petrechos apropriados para uma aventura no extremo selvagem, mas os relatos conhecidos indicam claramente que ele não queria assim. Afinal, como provar que a experiência de viver da natureza seria possível se ao mesmo tempo em que fosse viver de maneira selvagem, levasse com ele todos os equipamentos modernos que permitir-lhe-iam sua sobrevivência?

    Em que estado estava a sanidade mental de Chris quando partiu para essa jornada sem regresso, ainda é motivo de discussões. Independentemente disto ele nos proporcionou uma visão crítica e autoavaliativa sobre a maneira como vivemos, pensamos e agimos. Sua negação a sociedade é vista como algo impossível de se conceber, e é um pouco contraditória de fato, mas é compreensível se conseguirmos analisar os verdadeiros motivos. 


   Se analisarmos a convivência de um ângulo diferente, veremos que muito daquilo que fazemos não está certo, e que estamos apenas nos enganando, seguindo os passos de outros ao invés de traçarmos nossos próprios caminhos.

   Não precisamos fazer o que Supertramp fez para atingirmos essa percepção sobre a humanidade, basta refletirmos e mudarmos, talvez assim, poderemos desenvolver uma nova forma de sociedade, com mais ênfase no fator humano do que fator material, tal como é o presente.

Ônibus Magico - Abrigo de Supertramp durante sua estadia no Alasca                 Fonte: Na Natureza Selvagem
   A morte de Chris jamais poderá ser visto como uma perda tola e evitável, mas sim como um marco para uma mudança, e antes de tentarmos entender os anseios intimo desse jovem aventureiro devemos compreender a mensagem que ele pode transmitir ao mundo através de sua odisseia mortal. 

   Supertramp não foi o único, e muitos outros apareceram para tentar nos mostrar que que a humanidade está empreendendo um grande esforço para obtermos aquilo de que não precisamos.

sábado, 7 de setembro de 2013

Uma Nova Estação

     O inverno está chegando ao fim e o calor está voltando a reinar, nossos dias deixam de ser cinzas e a vontade de curtir a natureza aumenta ainda mais.

     Não que o inverno seja uma estação ruim ou chata, mas as condições climáticas dessa época nos deixam mais preguiçosos, e os atividades ao ar livre costumam ser evitadas pela maioria. E mesmo os amantes do frio ficam felizes quando surge aquele dia muito mais ensolarado dentre tantos outros frios e nebulosos, momento este em que podem sair para recarregar suas energias.

     Por mais que as temperaturas mais extremas nos proporcionem alguma dificuldade para a realização das atividades de contato com a natureza, não devemos deixar esses empecilhos privar-nos da diversão e do lazer.  Se correr tornou-se complicado devido a baixa temperatura, apenas caminhe até que consiga voltar ao ritmo dos  dias quentes.


    Ficou claro que nem todos tem disposição para deixar os abrigos quentinhos para respirar o ar, gelado, mas puro dos parques da cidade, preferindo hibernar por todo o inverno, e agora estão dando as caras novamente para aproveitar o calor que aumenta, lentamente, dia após dia.
   
    Os dias quentes são meus preferidos, no entanto, pude desfrutar bastante desses dias frios que antecederam, e como é bom poder fotografar a geada ao nascer do sol, é claro que com as mãos tremendo de frio algumas fotos não ficam muito boas, mas nada que um café quente não cure depois.

      Viver em uma região tropical com estações bem distintas nos permite desfrutar diversas sensações relacionadas ao clima, sem precisar ir para longe. Temos o privilégio de ver as paisagens ao nosso entorno modificando-se gradativamente ao passar dos dias, as plantas mudam, os animais mudam, e principalmente os humanos mudam, cada um se adaptando a sua maneira a uma nova fase. 
   
     O mais importante é sabe aproveitar cada momento, adaptando-se da melhor maneira possível ao clima do momento, conseguiremos interagir o tempo todo com a natureza sem prejuízos, essa é chave. Adaptação.

Então, vamos lá! Curtir os nossos novos dias de sol!

domingo, 1 de setembro de 2013

Será esse o nosso futuro?

      Certamente, em algum momento da sua vida, você já parou para imaginar como será o futuro, como serão nossas casas, os carros, os objetos que nos cercam, e em como será a natureza e o quanto ela será modificada. Várias dessas projeções imaginárias são transformadas em filmes, livros e outras obras de arte.

    Dirigido por Andrew Stanton, o filme de animação Wall-E traz uma versão pouco animadora sobre o futuro da humanidade, em cenas que por vezes parecem ser exageradas, mas que no entanto são possíveis de se tornarem a nossa realidade se não promovermos uma mudança comportamental agora mesmo.

    O desajeitado e simpático robozinho Wall-E habita o devastado planeta Terra do futuro, compactando as sucatas do que outrora foram os preciosos bens materiais dos humanos que, após esgotarem os recursos naturais do planeta, o abandonaram e partiram para o espaço onde vivem agora em um ambiente totalmente artificial em condições no mínimo bizarras.   






   Nesse futuro idealizado pelos produtores do filme podemos constatar uma evolução, digamos "ao contrário", onde os humanos acabam perdendo sua capacidade motora devido ao excesso de aparelhos tecnológicos que realizam praticamente todas as atividades básicas para os homens, desde caminhar, vestir-se e alimentar-se. Os humanos agora não passam de indivíduos atrofiados sem se quer terem a capacidade de ter contato com os outros, mantendo as "relações interpessoais" apenas de forma virtual.

        E como reverter tal situação??? É simples, e esse filme faz uma grande revelação. A mudança!

      Depois de que o robô EVA encontra uma planta na Terra, que caracteriza uma prova de que poderia a natureza ser restaurada, o Capitão da espaçonave planeta passa a agir de uma forma diferente, abandonando o comodismo proporcionado pela tecnologia que impede os humanos de pensarem por conta própria. Assim ele começa a estudar o passado, percebendo quantas coisas boas foram deixadas para traz durante esse processo evolutivo danoso, e não tem dúvidas de que a vida de antes era melhor do que a esta estavam vivendo.

        O desfecho dessa história é uma prova, e também um grande exemplo, de que precisamos mudar nosso comportamento, abrir nossas mentes, aprender mais sobre nós mesmo e nosso planeta, para que possamos continuar vivendo aqui por muitos e muitos anos, com uma boa qualidade de vida, sem nos perdermos e nos destruirmos.

     Wall-E, um filme excelente para ser usado em aulas de Educação Ambiental, pois é disso que precisamos, fazer com que as próximas gerações cresçam com uma visão diferente, mais humanas, mais participativas, menos acomodadas, e menos conformistas. Um mundo melhor só depende da nossa atitude!