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quinta-feira, 24 de julho de 2014

A Falta Do Mato

       Ficar muito tempo cercado pelos prédios, comércios, carros... permanecer exposto a todo esse movimento incessante de uma cidade, convivendo com essas pessoas de visões fechadas, adeptas ao consumismo, egoístas, conformistas e estressadas, me desanima, e me cansa.

   É necessário, e saudável, retirar-se do convívio social momentaneamente, livrar-se dessa pressão exercida pela sociedade, fugir das imposições, evitar toda essa contaminação mental proveniente desses indivíduos que tentam corromper a nossa essência vital para transformar-nos em zumbis seguidores das tendências modernas que nos afastam do essencial, que desvia nossa atenção daquilo que nos realmente faz bem, mascarando a felicidade pessoal com os artefatos ilusórios que a saciedade dominante cria para esconder o vazio da consciência de vossos espíritos.


   Talvez eu seja mesmo um indivíduo antissocial, mas isso apenas porque não consigo submeter-me aos padrões que ela exige, principalmente no que tange as questões pessoais mais íntimas, não entendo o porque de não respeitarem a individualidade, o que sobra do meu "EU" se não posso fazer, usar, comer, sentir, pensar aquilo que eu quero, levando em consideração que essas atitudes não interferem de maneira negativa na vida de ninguém, porque deveria eu me reprimir? Se for assim prefiro continuar sendo um alienígena de minha própria espécie.


      Hoje, talvez mais do que nunca, sinto a necessidade de fugir para o mato, respirar um pouco de ar puro, ouvir tão somente os sons da natureza, observar as atividades incrivelmente essenciais que somente a natureza, em sua forma mais bruta, continua exercendo, em seu ritmo calmo e objetivo. Preciso imiscuir-me à natureza, contemplar e relaxar, e assim apaziguar meu espírito ferido pela vida urbana.