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domingo, 21 de agosto de 2016

Individualismo

  Confronto aqui algumas ideias expressadas anteriormente, trazendo-lhes uma nova reflexão.
Henry D. Thoreau
   Quem acompanhou o blog desde sua gênese pode perceber que tenho grande admiração por indivíduos como Thoreau, McCandless, entre outros que tem em comum uma história de viver ou tentar viver isolados do restante do mundo, e não posso deixar de admitir que em muitos momentos tenho esse desejo aflorado da essência de meu ser. E é então que surgem meus pensamentos, digamos, "contraditórios". 
   É fato conhecido que muitas das tentativas de vida solitária acabam fracassando em um determinado momento, sem contar que em muitos poucos casos é possível classificá-las como essencialmente solitárias, considerando que, na grande maioria das vezes, existe a presença de outros indivíduos envolvidos que, por menor que seja sua participação, contribui para o bom andamento das experiências desses admiráveis aventureiros.
   Se por um lado o indivíduo solitário acaba adquirindo maior resistência, experiência e consequentemente autonomia, por outro lado nenhum ser solitário é capaz de superar a resistência proporcionada por uma comunidade, é lógico que não se pode considerar qualquer sociedade, é preciso que esta esteja reunida em prol de um propósito comum, e não apenas uma agrupamento de pessoas com atitudes individualistas.

    Mas o que é que nos faz então, querer isolarmos de todos os outros? Pois bem! Em alguns casos ficou claro que isso servia apenas para mostrar que o indivíduo era capaz de tal feito. No entanto, na maioria dos casos, percebo eu, esses indivíduos simplesmente cansaram-se de tentar viver em uma sociedade que não foi capaz de atender, e nem ao menos entender, a sua maneira de ser. Nota-se nessas celebres figuras uma grande resistência ao modo como a nossa sociedade tem agido, e na impossibilidade de criar uma nova sociedade condizente com suas "ideologias", preferem eles partir e viver a sua maneira mesmo que solitariamente.
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   Essa desistência da comunidade, ao meu ver, trás apenas prejuízos, pois considero que a forma de ver o mundo desses solitários costuma ser muito mais benéfica a humanidade do que a atual concepção de sociedade que temos. Em contrapartida o indivíduo passa a ser desconsiderado pela grande maioria que não foi capaz de compreender, ou simplesmente respeitar sua maneira de pensar.
    Agora me vem ao pensamento um novo paradoxo. No atual modelo social já somos todos solitários e individualistas, a única diferença é que não saímos mundo a fora, nem construímos uma cabana na floresta para viver a sós, somos solitários na multidão! Vivemos um verdadeiro "Individualismo de Massa".
    Somos individualistas ao ignorarmos a maneira de ser e de pensar dos demais!
Somos solitários pois não somos capazes de debater profundamente e de forma sadia nossas ideias pessoais!
Somos individualistas querendo superar os outros a todo momento!
Somos solitários por não buscarmos o bem comum!
Somos individualistas quando recusamos compartilhar nosso conhecimento!
Somos solitários porque o sistema nos quer assim, pois assim somos fracos!
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sexta-feira, 29 de abril de 2016

Poderes

    Escrevo novamente sobre o consumismo pois estou convencido de que este é o principal problema de nosso mundo, é a raiz dos demais
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    Em que você pensa na hora de comprar um produto qualquer ? Em suas reais necessidades ou na expectativa proporcionada pelas propagandas? No que é essencial ou no ideal do exibicionismo? Em quanto dinheiro vai gastar ou no quanto vai realmente custar? Como avalia a necessidade de suas posses materiais? Com reflexões interiores sobre essencialidade ou no que é refletido externamente pela sociedade?
http://www.risasinmas.com/consumismo/
    O que observo na sociedade atual é que avalia-se somente o valor monetário das coisas. Nessa lógica, compra-se tudo o que está na promoção - ou mesmo com preços "normais" - independente da necessidade real, mas apenas para satisfazer o seu ego, e demonstrar o poder compra. Mas nós podemos decidir qual poder utilizar, o poder de compra ou poder de escolha. Nós apenas vivemos em um mundo, ou melhor, num sistema capitalista e, consequentemente, consumista, mas não...Não somos obrigados agir como tais! 
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    É senso comum dizer: "Quanto mais ganha (dinheiro), mais se gasta", porém não precisamos fazer disso uma regra. E é aqui que entra um dos problemas provenientes do consumismo, a "insatisfação salarial" - principalmente aquela que ocorre sem a menor necessidade de existir - que leva a infelicidade, e ocasionando vários outros problemas (serão tratados em postagens futuras).
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   Mais afetados ainda são os que, considerando os gastos essenciais, tem motivos reais para estarem insatisfeito com os ganhos, pois na convivência, praticamente inevitável, com uma sociedade consumista, acabam sendo contaminados pelo vírus das compras desnecessárias, pelo desejo pelos bens inúteis, o que só faz reduzir ainda mais a quase  insuficiente renda que possuem.
  
  
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Isso tudo é numa tentativa de atingir, ou simplesmente aparentar atingir, níveis ou classes consideradas superiores, numa escalada de poder cujo cume jamais será atingido, pois, com essa perspectiva ambiciosa do "poder de compra", do status, não existe um limite, e assim, não importe quanto dinheiro possua o indivíduo, ele irá querer sempre mais, e nunca alcançará o seu objetivo, não importando a classe econômica a que pertença.
    
    É por isso que cada indivíduo deve lutar contra esse truque sujo e manipulador criado pelo comércio e seus beneficiários - os ditos detentores do poder econômico -  que impregnou na população a necessidade de obter, sobre tudo, bens materiais como o fator que determina a qualidade de vida. 

    Ouso dizer ainda, que é dessa mesma fonte perversa que surgiram todos os demais padrões que as pessoas buscam incomensuravelmente alcançar, sem saber que os modelos à que seguem são tão infelizes quanto os que almejam tal posição, pois quando se age com essa ideologia capitalista/consumista, a imagem transmitida é mais importante do que qualquer sentimento real, nesse sentido, o que importa é o que o indivíduo tem.

Não devemos abrir mão do nosso poder de escolha! 
Afinal é o seu suor que está fazendo essa máquina abominável funcionar!