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terça-feira, 14 de maio de 2013

A Chuva

   Além de um maravilhoso fenômeno da natureza, de extrema importância para manutenção da vida no planeta, a chuva é também uma fonte inspiradora para a mente fértil dos pensadores. Olhar pela janela e ver as gotas de água refletindo as luzes ao seu redor, faz com que a nossa mente se desligue por um momento do habitat em que estamos, e passamos a nos imaginar vivendo em outro cenário, levando um vida diferente.

Chove ininterruptamente a três dias, e o desejo de não ter compromissos sociais, profissionais, obrigatórios,  aumenta  consideravelmente. 
Não! Não detesto a chuva, gosto dela, o que não gosto é da obrigação de ter que acordar cedo num dia chuvoso, e correr para o trabalho - mesmo que o considere um bom trabalho - e cumprir com outras obrigações sem  ter o devido ânimo para fazê-las por conta da morosidade letárgica a que nos remete os dias chuvosos.

   Mas mesmo vivendo em meio a natureza, sem vínculo empregatício com ninguém, a não ser com as próprias necessidades de sobrevivência, é certo que teríamos compromissos, e também a necessidade de trabalhar, a diferença está em como isso ocorre. Afinal como seria um dia chuvoso para alguém que vive da forma mais natural possível?   Pois bem, baseando-me no que já li,  vi, ouvi, e conheço a respeito disto, posso descrever como seria.

  Imagine-se despertando de uma boa noite de sono logo ao  amanhecer, no momento em que percebe que lá fora cai uma bela chuva torrencial, o que viria em mente nesta hora? Uma simples checagem mental, questionando-se do seguinte: Tenho alimentos pra o dia de hoje? Há alguma atividade que não possa ser adiada por um dia ou dois, como por exemplo a colheita de algum fruto, ou o plantio de alguma semente destinada a prover o sustento futuro? Há algum reparo emergencial a ser feito em seu abrigo - que no meu caso será uma cabana - que não possa esperar a estiagem?

   Confirmando que não há necessidade de se fazer nenhum trabalho com urgência, ou com prazo inadiável pensamos "Porque não continuar dormindo por mais algumas horas?" E depois, acordar a qualquer momento, alimentar-se, ler um livro, fazer alguma tarefa em sua cabana, e caso a chuva não seja tão intensa, por que não sair em um passeio  pela mata, sentindo os pingos d'água caírem suavemente sobre seu corpo.

   Muitos podem considerar essa ideia como uma atitude de um vagabundo, pois não é! Chamo a atenção para a necessidade de termos que trabalhar em qualquer situação, porém, existe uma grande diferença entre trabalhar para se manter vivo, livre e satisfeito, e trabalhar para produzir lucros à terceiros, privando-se assim da própria liberdade em troca de um salário que acaba não satisfazendo nem mesmos suas necessidades, as quais, indiscutivelmente, são maiores para vida de um urbanóide, do que para alguém que vive da natureza, com a natureza.
   

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